sexta-feira, 2 de maio de 2008

Fichamento


Dengue

O dengue é uma doença febril aguda que tem como agente etiológico um vírus pertencente á família Flaviviridae, transmitida por vetores artrópodes do gênero Aedes, cujo vetor de importância epidemiológica, nas Américas, é o Aedes aegypti (A.aegypti). A doença quase sempre tem uma evolução benigna.
Durante as décadas de 1950 e 1960, a Organização Pan-americana de Saúde desenvolveu campanhas para a erradicação do A. aegypti nas Américas. As epidemias de dengue ocorriam esporadicamente em algumas regiões do Caribe. Com a descontinuidade do programa na década de 1970, gradualmente houve reinfestação nessas regiões, tanto que em 1977 a distribuição geográfica do vetor era comparável á anterior ao início do programa.
A emergência do dengue e posteriormente o aparecimento da febre hemorrágica do dengue/ síndrome do choque (FDH/SCD) são um dos maiores problemas de saúde pública, em especial nas Américas. A razão da emergência do dengue não é bem compreendida, porém alguns fatores podem ser apontados, como descontinuidade do programa de controle de vetores, programas de controle que priorizam a forma adulta do vetor, cidades localizadas em países em vias de desenvolvimento sem saneamento básico, deslocamento de pessoas de uma região para outra e possível circulação dos vírus de forma muito rápida.
Esses vírus são esféricos, envelopados, apresentam projeções em sua superfície e medem aproximadamente 60nm de diâmetro. São vírus de RNA de única fita, comportam-se como RNA mensageiros. Entram na célula por passagem direta pela membrana, por pinocitose e fagocitose. A replicação ocorre no citoplasma celular após latência de 12 a 16 horas. São facilmente inativados pelo calor e por desinfetantes contendo detergentes ou solventes de lipídeos.
O vírus do dengue apresenta quatro sorotipos, Den-1, Den-2, Den-4.

Epidemiologia/Transmissão

A transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito A. aegtpti exerce o hematofagismo em um indivíduo virêmico, que, uma vez infectado, assim permanece por toda a vida (aproximadamente dois meses). A fêmea necessita dos componentes protéicos existentes no sangue para que seus ovos amadureçam. O repasto sanguíneo ocorre um pouco antes da oviposição, momento em que transmite o vírus para um hospedeiro (homem) suscetível.
O A. aegypti é originário da África subsaariana, onde se domesticou, tornando-se antropofílico. Essa característica de adaptação favoreceu sua proliferação abundante nas cidades, sendo facilmente levado para outras áreas pelos meios de transporte.
Consideram-se, na determinação da circulação dos vírus, a forma em que se organiza o espaço geográfico dos centros urbanos, o modo de vida de suas populações e os seus reflexos no ambiente, que criam as condições para a proliferação dos vetores.
Assim, a organização social dos espaços urbanos modernos favorece a proliferação dos mosquitos transmissores do dengue, tanto por fatores ligados ao bem-estar e suposta segurança como pela precariedade da infra-estrutura de saneamento e pela disposição no meio ambiente de recipientes descartáveis.
O período de transmissibilidade do dengue compreende dois momentos, um conhecido como extrínseco, que ocorre no vetor (mosquito), e o intrínseco, que ocorre no homem. O homem se torna infectante um dia antes do aparecimento da febre até o sexto dia de doença; nesse período, encontra-se o vírus facilmente no sangue (viremia).
No mosquito, após um respasto sanguíneo infectante, o vírus localiza-se nas glândulas salivares da fêmea, onde se multiplica, e, após um período de incubação de oito a 12 dias, este é capaz de transmitir a doença.
O período de incubação da doença é de três a 15 dias, com média de cinco a seis dias.
Os pressupostos básicos para o combate vetorial são: universalidade, sincronicidade e continuidade das ações, além dos pilares básicos, que seriam saneamento ambiental, educação, informação e comunicação.

Quadro Clínico

As manifestações clínicas do dengue são classificadas em três grupos: forma indiferenciada; febre do dengue clássico e febre hemorrágica do dengue/síndrome de choque. Menos freqüentemente, podem-se observa hepatite e alterações do sistema nervoso central (SNC).
Forma indiferenciada, assemelha-se á síndrome gripal.

Febre do Dengue Clássico

Tem início abrupto, com febre alta (39-40c) seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas e vômitos. A dor abdominal é comum nas crianças, enquanto manifestações hemorrágicas, como metrorragia, gengivorragia, sangramento gastrointestinal e hematúria, podem ocorrer entre os adultos. A doença dura em torno de cinco a sete dias.
Na pele encontram-se exantema morbiliforme de distribuição centrífuga que surge no terceiro ao quarto dia que pode vir acompalhado de prurido. A febre costuma ceder em até seis dias, persistindo apenas a fadiga e a depressão, que pode durar semanas.
Em lactentes e crianças pequenas, o dengue se apresenta com febre e exantema maculopapular.

Dengue Hemorrágico

O quadro de FHD costuma ter início semelhante ao da forma clássica do dengue, porém evolui rapidamente com manifestações hemorrágicas e/ ou derrame cavitário, instabilidade hemodinâmica, choque. Inicia-se com febre alta, náuseas, vômitos, mialgia e artralgia. A faringite pode ocorrer em alguns casos. Surgem fenômenos hemorrágicos, no segundo ou terceiro dia, com petéquias na face, véu palatino, axilas e extremidades.
Nos casos leves ou moderados, a febre e todos os sintomas involuem. Entretanto, nos casos graves, após alguns dias de febre, o estado do paciente se deteriora e surge a síndrome do choque. Esta geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença. Os pacientes apresentam-se agitados, e não é rara dor abdominal. Evoluem com letargia, sem febre e sinais de insuficiência circulatória (pele fria, manchada e congestionada, cianose peroral, pulso rápido e sudorese). Pressão arterial convergente, hipotensão, acidose matabólica e coagulação intravascular disseminada são achados importantes na evolução da síndrome. É comum o aparecimento de bradicardia e arritmia sinusal.
Com tratamento adequado os pacientes se recuperam em dois a três dias, mas alguns casos podem evoluir para o óbito.


Diagnóstico

Exames Inespecíficos

Hemograma – Leucopenia, ás vezes, leucócitos. Linfocitose com atipia linfocitária e trombocitopenia, hemoconcentração (aumento do hematócrito em 20% do valor basal ou valores superiores a 38% em crianças, 40% em mulheres e 45% em homens).
Coagulograma- Aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina parcial e trobina, diminuição do fibrinogênio, protrombina, fator VII, fator XII, antitrombina e antiplasmina.
Bioquímica – Diminuição da albumina no sangue, albuminúria e aumento das aminotransferases.

Tratamento

Não se faz necessária a confirmação etiológica do diagnóstico de dengue para se iniciar o tratamento. Caso não seja estabelecido um programa terapêutico, o paciente poderá evoluir para óbito em cerca de 24 horas devido á acidose matabólica e á coagulação intravascular disseminada.
Não existe terapêutica específica para o dengue. Nos casos benignos de febre indiferenciada e febre do dengue clássico o tratamento é sintomático, evitando-se o uso de salicilatos, dando-se preferência ao ibuprofeno em doses baixas como antitérmico/analgésico e dipirona, além de reposição hídrica e repouso, evitando-se o uso de paracetamol devido ao risco de hepatopatia.
Nos casos de febre hemorrágica do dengue, os pacientes devem ser observados cuidadosamente para se identificar os primeiros sinais de choque. O período crítico se dá após o terceiro dia de doença. Cada caso deve ser avaliado individualmente para ser verifica a necessidade de internação e hidratação parenteral ou oral.


Conclusão

A dengue é uma doença febril aguda que tem como agente etiológico um vírus pertencente á família Flaviviridae, transmitida por vetores o Aedes aegypti, um mosquito, temos que ter bastante cuidados com esses mosquitos, cuidados esses que
devemos ter nas nossas próprias casas, não deixando água parada, pois é um meio de proliferação dos mosquitos.
Tem que ter bastante cuidado caso sinta os sintomas, procurando logo o médico, evitando-se o uso de paracetamol devido ao risco de hepatopatia.
Esta cada vez mais crescendo os números de casos de dengue, temos que ter mais ações de combate á dengue.

Referência Bibliográfica
Hinrichsen, Sylvia Lemos
Dip: doenças infecciosas e parasitárias, Guanabara koogan, Rio de Janeiro 2005.

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